quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Baila Comigo



Acho mesmo que essa nova integrante da família merece um destaque todo especial nesse post. Afinal, ela se esforçou um bocado pra fazer bonito em Perth, apesar de todas as adversidades.

Estamos falando da Greenwood College Choreography Night, uma noite coroada com um espetáculo de dança do colégio da Juju, que reúne todos os alunos e alunas que cursam dança em toda a escola, apresentando 23 danças ao todo.

Quando a Juju escolheu DANÇA como uma das matérias eletivas em Greenwood, não podia imaginar o trabalhão que teria pra conseguir boas notas. Na verdade, a matéria pode parecer puro divertimento, mas exige um trabalho duro e muita força de vontade. Bem, vamos combinar que isso ela tem de sobra.

Pra início de conversa, DANÇA não é só dançar. Os alunos são obrigados a fazer vários assessments ( trabalhos escritos) ao longo do semestre, para aprender em profundidade o assunto. Além disso, você não dança só o que quer. Tem que aprender um pouco de tudo. 

Confesso que isso tem me valido boas gargalhadas ....

Explico, a Juju é fera em Dança Contemporânea porque já fazia no Brasil, mas aqui, até sapateado ela precisou aprender (ou tentou...). E acontece que ela já pegou a turma toda adiantada, com muitos passos já aprendidos e precisou correr atrás do prejuízo.

E correu mesmo...Eu tirava o carro da garagem pra ela ter um espaço de ensaio. E como ela não lembrava os passos das coreografias, resolveu filmar as danças com o celular e repassá-las em casa. É ou não é aplicada essa menina? A família se divertiu muito com esses ensaios! Enquanto isso, pablo fazia bolos e cupcakes pra ela...mimos pra uma bailarina esforçada - rsrsrsr

Depois veio o “drama” das fantasias. Juju não entende direito o que a professora fala e se enrolou toda. Eu e Isa abrimos nossos armários pra colocar à disposição dela todas as roupas que pudessem compor o criativo figurino das 4 danças das quais ela participaria no ENTER THE CIRCUS 2012.

Sem contar a “novela” que foi pra achar uma meia fishnet (arrastão) cor da pele. Meu Deus, que suplício!

Por fim, ela só precisou de poucas peças nossas porque todo o resto foi providenciado pela própria  escola.

Não posso me queixar, a Julia movimenta meus dias e com ela estou tendo a chance de exercer plenamente a minha maternidade no que tange às questões de escola na Austrália.

Ah, e teve ensaio geral, maquiagem especial, uma tal de HAMPER (uma cesta com produtos de higiene para comunidades carentes),  compra do DVD da festa, autorização especial para transporte e outras “cositas” que já nem me lembro.

O grande dia estava se aproximando e os ingressos foram colocados à venda pela Internet. Comprei logo pra todos nós. Afinal, tínhamos que prestigiar nossa filha postiça!

O evento foi num colégio chiquérrimo em Sorrento, o Sacred Heart College, no auditório do Sacred Heart Performing Arts Centre, no dia 26 de outubro, de 19 às 22 horas ( 2 atos e um pequeno intervalo).

Nesse dia foi um tremendo corre-corre, mas valeu à pena. Foi um lindo espetáculo, coloridíssimo, com todos irradiando alegria, apesar do nervosismo e dos “brancos”  que acontecem com alguns durante as danças. Juju me disse que errou um monte de vezes, mas achamos tudo ótimo....até o sapateado (ela diz que só bate o pé! É muito crítica essa menina!).

O auditório é excelente e enorme. A organização estava perfeita e os figurinos e as luzes superaram minhas expectativas. Já minhas fotos... Ainda bem que depois podemos escolher fotos boas no site do colégio.



                                                       Nosso orgulho, bem no centro!











Juju estava linda (make-up by Isadora e cabelos by Pablo)!!!



Foi gratificante ver que todo o esforço tem valido à pena. Afinal, não é fácil se expor numa terra estranha, entre pessoas desconhecidas e uma cultura pra lá de diferente! E uma língua diferente da nossa, onde a gente mal consegue dizer o que quer ou o que não entendeu...

Quanta novidade, quantos desafios, quanto aprendizado!

Estamos felizes por poder participar desse pedacinho da vida da Juju, que com certeza tem trazido experiências inesquecíveis.

Acabamos a noite numa pizzaria e chegando em casa ainda tivemos uma sessão de fotos pra registrar o melhor modelito da noite. Confiram!!

                                                         
                                                                     O maior fã!


Uma pinup!!!











O dia seguinte foi de descanso absoluto...na praia - Mettams'pool. Dia lindo e mar calmo e transparente. Tudo de bom.



                                                                    Só relaxando...




E Juju deu seu primeiro mergulho em águas australianas...




                                            Salve o Verão! Estamos de alma lavada!

Pra você Juju querida, uma salva de palmas, você merece!



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Pinnacles Desert – um passeio surpreendente!



Domingo passado, apesar do cansaço, nos animamos a fazer uma pequena viagem até o deserto de Pinnacles, onde há muito tempo desejávamos ir.

A estrada estava tranquila, pouquíssimos carros e nenhum policiamento. Só cuidando para que não encontrássemos nenhum canguru ou ema desavisados cruzando a estrada. Tem placas avisando isso o tempo todo. Bem ozzy!

Tenho sempre a impressão que as estradas rumo ao Sul são muito mais concorridas que as do Norte por aqui. O trânsito é mais complicado nas freways e highways do Sul, direção Mandurah, Rockingham ou Margaret River.

Bom pra nós, que fizemos em pouco mais de 2 horas o percurso de 240 km pela Waneroo Road, passando por lugares já visitados: Burns Beach, Yanchep, Two Rocks, Gingin, Lancelin e chegando finalmente próximo a Cervantes, cidade mais próxima do deserto de Pinnacles.



Cervantes tem algumas curiosidades. Como podem notar, o nome da cidade é de origem espanhola e logo na entrada da cidade isso se reflete nas bandeirolas com figuras espanholas. Me chamou atenção também os nomes das ruas do local onde paramos pra almoçar, sempre remetendo de alguma forma à Espanha.




Mas vamos ao que interessa, já que Cervantes não tem grandes atrativos e vive mesmo do Turismo de Pinnacles e arredores.

Pegamos a estradinha que leva ao local do deserto. A entrada é paga. São AU$ 11 por veículo e devo dizer que vale à pena porque é tudo muito organizado.



Logo na entrada, encontramos uma espécie de Visitors Centre, onde há um museu com fotos e informações sobre o local. Ali, descobri que o deserto de Pinnacles fica dentro do Nambung National Park (vejam a placa na estrada), que leva esse nome aborígene por causa do rio Nambung, que significa TORTO.








Também fiquei sabendo que existem 2 (até 3)  teorias sobre os Pinnacles, que hoje são pilares de calcáreo no meio de uma grande extensão de areia amarela, que chegam a medir até 4 metros de altura (acho que alguns até mais).



Ninguém sabe ao certo como essas formações foram criadas, mas os estudiosos levantaram 2  principais teses, meio complicadinhas de “engolir”:

*Uma diz que foram formados a partir de lixiviação de cal da areia eólica (poeira de areia) e pela chuva, cimentando os níveis mais baixos da duna, formando uma pedra calcária. Com isso, a vegetação forma uma camada ácida no solo enriquecida com húmus. Uma cobertura de difícil penetração se desenvolve acima da pedra calcária, que se rompe com as raízes das plantas do local, formando rachaduras, que ao longo do tempo são preenchidas pela areia, fazendo morrer a vegetação. Como o vento continua soprando, a areia que cobre o calcáreo erodido, acaba por revelar os “Pinnacles”.

**A segunda  diz que os pináculos  foram formados por meio da preservação de árvores enterradas em aeolianites (dunas de areia) costeiras onde as raízes se tornaram canais subterrâneos, resultando numa precipitação endurecida de calcáreo.  Posteriormente, a erosão eólica da aeolianite, expôs os pilares no deserto.
Saímos do “museu” encasquetados com essas teorias e discutindo a melhor hipótese. Eu sou a favor da primeira, mas Juju e Ramírez acham a segunda bem mais viável... Vai saber...







Ao lado desse centro de informações, existe uma lojinha de souvenirs. Tratamos de comprar mel, azeite e lembrancinhas de Pinnacles, uma mug, um imã,  e um quebra-cabeças pro Pablo.

Ficamos comentando como mesmo num lugar tão remoto, os australianos fazem tudo parecer interessante. Pensam no bem estar do visitante e no respeito ao meio ambiente. Notem que a infra-estrutura do local é completa: de informações às meras necessidades básicas, tudo estava disponível e funcionando a contento. Até os banheiros são limpíssimos! Temos que tirar o chapéu! (modo de dizer...aqui nunca dá pra tirar o chapéu, o sol é impiedoso)


Percebemos que dispúnhamos de duas formas de conhecer o deserto. À pé, muna caminhada de 1.2 km ou num circuito de mais ou menos 6 km de carro, onde podemos parar em alguns spots e tirar fotos. However, como a temporada de moscas já começou e como o sol de meio-dia estava tinindo, decidimos pegar o carro.

Achei muito bacana a forma como eles cercaram o caminho da trilha que percorre o deserto. Foram utilizadas as mesmas formações (em menor tamanho) que os Pinnacles. Em outras palavras, cercaram a trilha com pedrinhas iguais aos pináculos, mesma cor e formatos semelhantes, para que dessa maneira, não agredisse o meio ambiente, comungando assim com o cenário desértico.



Quando começamos a percorrer a trilha, pude entender por que aquele local é um dos sites preferidos dos fotógrafos. É mesmo único, de uma beleza árida e inquestionável energia. Dizem que os melhores horários para se obter as melhores fotos desse deserto são o amanhecer ou o entardecer.

É verdade! Vi no museu umas fotos belíssimas!

Vez por outra saíamos do carro para registrar os melhores ângulos do deserto, tocar nos Pinnacles e conferir a proximidade desse deserto da costa. O mar fica tão pertinho que de alguns locais mais elevados, podemos avistá-lo ao longe. Que combinação perfeita!










Percorridos os 6 km de trilha, a fome já era grande e fomos “catar” um lugar para almoçarmos. Nessas cidades pequenas, temos que contar sempre com a sorte para encontrarmos algum lugar que ainda esteja com a cozinha aberta depois das 13 horas. 
Praticamente impossível. Fico sempre muito irritada com isso por aqui. Não importa se o lugar vive do Turismo ou que seja fim de semana. Depois das 13 horas, pode esquecer...O mais seguro sempre é levar seu próprio lanche se não quiser morrer de fome e ficar de mau humor!

Mas depois de alguma procura encontramos um lugar que servia lagosta, bem na beirinha do mar, já na entrada de Cervantes. Fizemos ali a nossa pausa e conseguimos as últimas lagostas da casa, enquanto Juju preferiu um fish and chips que não estava grande coisa.




Abastecidos, demos meia volta rumo à Perth.  Ainda consegui que Juju tirasse umas fotos nas estrada para mostrar as dunas bem branquinhas. Fiquei com muita saudade de Cabo Frio e Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro.







Depois disso,  fui literalmente como motorista particular de Cervantes quase até a entrada da cidade. Os dois dormiam como anjos! 

Ah, essa solidão nas estradas me mata! Rsrsrsr Não fosse o CD do Mama Mia, sei não... 

Lindo passeio, Domingo FELIZ!